O influenciador digital Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, e seu suposto sócio Anderson Boneti foram condenados pela Justiça do Rio Grande do Sul a 11 anos e 8 meses de prisão em regime fechado.
Ambos também deverão pagar multa. A decisão se refere a crimes de estelionato contra 16 pessoas na cidade de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Segundo o processo, os dois operavam a loja virtual “Tadizuera“, que anunciava produtos com preços muito abaixo do mercado.
No entanto, os itens comprados não eram entregues, caracterizando um esquema de golpe. A polícia estima o prejuízo das vítimas em mais de R$ 5 milhões. Uma delas relatou ter perdido R$ 30 mil ao tentar comprar dois celulares e aparelhos de ar-condicionado.
Como funcionava o esquema
O golpe teria começado em 2022, quando Nego Di passou a vender celulares a preços atrativos e chegou a realizar entregas, o que gerou confiança nos consumidores. Posteriormente, anunciou a criação da loja virtual, alegando querer oferecer produtos acessíveis — argumento que atraiu mais vítimas.
Situação atual de Nego Di
Nego Di está em liberdade provisória desde novembro de 2024, após cumprir quatro meses de prisão na Penitenciária de Canoas. Em dezembro do mesmo ano, recebeu autorização judicial para se mudar para Santa Catarina.

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O que diz a defesa de Nego Di
A advogada Camila Kersch, que representa Nego Di, afirma que ele nunca foi sócio de Anderson Boneti nem participou da gestão da loja. Segundo a defesa, sua imagem foi usada para promover o projeto, mas ele não tinha envolvimento direto na administração ou nas decisões da plataforma. A defesa também contesta informações divulgadas na imprensa, alegando que, ao contrário do que se noticiou, o processo julgado na Comarca de Canoas envolve apenas 18 vítimas, e não mais de 300, como alguns veículos sugeriram.
Ainda segundo a advogada, todas as vítimas que aceitaram foram ressarcidas por Nego Di durante o andamento do processo, mesmo ele não tendo, segundo a defesa, se beneficiado diretamente das fraudes.
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Camila Kersch também alega parcialidade no julgamento, destacando que a pena foi a mesma para os dois réus, sem considerar as condutas individuais. Ela reforça que o próprio corréu (Anderson Boneti) teria reconhecido, em depoimento, que Nego Di também foi enganado e não tinha controle sobre as operações. Outro ponto levantado foi o timing da prisão preventiva, decretada em julho de 2024, quase um ano após o pedido da polícia.
A defesa questiona a coincidência com manifestações públicas de Nego Di criticando a atuação do governo gaúcho nas enchentes daquele ano. Vale lembrar que, a defesa informou que irá recorrer da decisão e acredita que instâncias superiores irão rever os fatos com imparcialidade.
O que diz a defesa de Anderson Boneti
Já a defesa de Anderson Boneti, representada pela advogada Daniela Schneider Couto, afirma que também irá recorrer da condenação. Ela critica o fato de apenas um dos réus (Nego Di) ter conseguido o direito de recorrer em liberdade, o que considera uma violação ao princípio da isonomia. Segundo Daniela, a permanência de Boneti em regime fechado impede que ele exerça atividade profissional e, com isso, dificulta o ressarcimento das vítimas — o que, na visão da defesa, também prejudica os lesados pelo golpe.
Anderson Boneti, sócio de Nego Di (Reprodução/ Redes sociais)
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